PsiAct
Fazer as coisas certas e não certas coisas.
quarta-feira, 13 de março de 2013
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Programa dos 12 Passos na recuperação da Toxicodependência e Alcoolismo
Prevenção das (Toxico)Dependências - Conselhos para Pais
Prevenir em Família
- Informe sobre os efeitos do álcool e outras drogas;
- Dê o exemplo: hábitos de vida saudáveis (alimentação, desporto, lazer);
- Invista na qualidade da vivência familiar;
- Envolva-se com a escola;
- Esteja atento a alguns sinais;
- Contacte serviços especializados logo aquando das primeiras suspeitas.
Esteja atento:
- Podem existir pequenas alterações no comportamento do seu filho:
- Instabilidade emocional, momentos de grande passividade alternados com outros de grande agressividade;
- Isolamento e secretismo;
- Desinteresse e desmotivação em relação às actividades escolares, profissionais, desportivas;
- Quebra de rendimento escolar ou profissional;
- Faltas e/ou atrasos frequentes na escola e/ou no emprego;
- Dispersão, dificuldade de concentração, de memória ou de raciocínio;
- Insistentes pedidos de dinheiro e frequentes desculpas sobre objectos perdidos ou roubados;
- Posse de objectos estranhos: filtros de cigarro, mortalhas, pratas queimadas, tubos de papel chamuscado, colheres queimadas, comprimidos.
Como abordar o assunto?
- Não dramatize;
- Não ameace;
- Não critique, julgue ou ridicularize;
- Não dê demasiados conselhos ou mostre que tem resposta para tudo;
- Mostre que notou uma mudança no seu comportamento;
- Fale abertamente com o seu filho sem acusações ou culpas;
- Seja coerente no que diz e no que faz depois;
- Procure ajuda…
Não cometa erros. Não vai ajudar!
- Não exprimir visões extremistas nem juízos de valor nos assuntos controversos e "difíceis";
- Não ter preconceitos face à idade e ao género (por exemplo: "não tens idade para falar sobre isso!");
- Mostrar-se disponível para responder às questões tanto em termos de tempo como de atitude;
- Encorajar a discussão, iniciando-a de forma descontraída, tornando o assunto casual;
- Tolerar a diferença;
- Ser honesto sobre o nível do seu conhecimento e não ter receio de indicar outras fontes de conhecimento, no caso de não conseguir responder às perguntas;
- Estar preparado para apoiar o desejo de saber do seu filho, mesmo que, para isso, tenha de enfrentar o ridículo ou a oposição de outros adultos;
- Respeitar a privacidade do seu filho em todas as suas formas;
- Não divulgar informações confidenciais quando partilhadas pelo seu filho.
Pistas
- Fazer-lhe ver que está disponível para o ajudar a tratar-se (e nunca para o ajudar a comprar droga);
- Dar-lhe afecto e compreensão (mas sempre recusando ajudá-lo a consumir ou a destruir a sua própria vida familiar e profissional);
- Dialogar e reflectir em conjunto;
- Impor um mínimo de regras ou disciplina em casa;
- Aplaudir pequenos sucessos;
- Não acreditar nos "charlatães" que prometem curas numa semana e, pelo contrário, assumir que a recuperação é um processo de meses ou anos...
Ajude o seu filho em 10 passos:
- Aprenda a ouvir realmente o seu filho;
- Converse com o seu filho sobre o álcool e todas as outras drogas;
- Ajude o seu filho a sentir-se bem consigo próprio;
- Ofereça ao seu filho um bom exemplo;
- Ajude o seu filho a desenvolver valores firmes e adequados;
- Ajude o seu filho a enfrentar a pressão dos companheiros;
- Estabeleça normas familiares que ajudem o seu filho a dizer não;
- Incentive as actividades recreativas;
- Ajude o seu filho a decidir;
- Actue como mãe/pai e como cidadão.
Encontro/debate analisou aspectos de pobreza e exclusão social no concelho de Carregal do Sal
Dependências foram tema de sensibilização na Escola Secundária de Carregal do Sal
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
PAIS TÓXICOS
Nenhum pai consegue estar emocionalmente disponível a toda a hora e é perfeitamente normal que um pai grite com uma criança de vez em quando. Qualquer pai se torna ocasionalmente controlador e a maioria dos pais já deu uma palmada no seu filho, mesmo que raramente. Será que estas falhas os tornam em pais cruéis ou desadequados?
Claro que não! Os pais são apensa seres humanos e têm os seus próprios problemas e dificuldades. A maioria das crianças consegue lidar com estas falhas ocasionais uma vez que tenham amor e compreensão para contrabalançar.
Contudo… existem muitos pais cujos padrões negativos de comportamento são consistentes e dominantes na vida da criança. Estes são os pais que causam danos! À semelhança de um químico tóxico, o dano emocional causado por estes pais estende-se a todo o ser da criança, e à medida que esta cresce, também esta dor a acompanha e cresce com ela. Que palavra melhor que «tóxico» para descrever pais que infligem traumas intermináveis, abusos e depreciações, e que, na maioria dos casos, continuam neste registo mesmo depois de as crianças crescerem?!
No entanto, existem excepções para o aspecto interminável e repetitivo desta definição. O abuso físico e sexual é de tal forma traumático que uma única ocorrência é suficiente para deixar um tremendo dano emocional.
Infelizmente, ser pai ou mãe é uma tarefa que exige capacidades cruciais, mas que não se aprende de outra forma que não através dos modelos que passam de geração em geração; através de pessoas que poderão não ter feito um bom trabalho e mascararam maus conselhos em sabedoria do mais velho.
O que é que os pais tóxicos fazem aos seus filhos?
Adultos filhos de pais tóxicos, independentemente de terem sido espancados em criança, deixados sós demasiadas vezes, terem sido tratados como incapacitados, superprotegidos, sobrecarregados com culpa, molestados ou abusados sexualmente, todos partilham de sintomas similares: auto-estima danificada que leva a comportamentos auto destrutivos. De uma forma única, todos se sentem desvalorizados, mal amados e inadequados.
Estes sentimentos elevam-se a um nível muito superior uma vez que estas crianças se culpam pelos abusos dos pais, muitas vezes conscientemente, outras vezes não. É mais fácil para uma criança indefesa e dependente aceitar a culpa de ter feito algo errado para merecer a ira do pai, de que aceitar o facto assustador de que não pode confiar no pai, o seu protector.
Quando estas crianças crescem, elas continuam a carregar este fardo da culpa e da inadequação, tornando-se muito difícil, senão quase impossível para elas, construir uma auto-imagem positiva. A falta de valor próprio e confiança resultantes irão pautar a sua vida daí em diante.
Tem pais tóxicos?
Durante a sua infância:
1. O seu pai/mãe dizia-lhe que era mau ou que não valia nada? Chamava-lhe nomes insultuosos? Criticava-o constantemente?
2. O seu pai/mãe usava a dor física para o disciplinar? Batia-o com cintos, vassouras ou outros objectos?
3. O seu pai/mãe abusava de álcool ou drogas? Sentia-se confuso, desconfortável, assustado, magoado ou envergonhado com isso?
4. O seu pai/mãe encontrava-se severamente deprimido/a ou indisponível por causa de dificuldades emocionais ou doenças mentais ou físicas?
5. Teve que cuidar do seu pai/mãe por causa dos problemas deles?
6. O seu pai/mãe alguma vez lhe fizeram algo que tivesse que ser mantido em segredo? Foi sexualmente molestado de alguma forma?
7. Sentiu muitas vezes medo do seu pai/mãe?
8. Sentia medo em expressar raiva aos seus pais?
Na sua vida adulta:
1. Encontra-se actualmente em relações destrutivas ou abusivas?
2. Acredita que se se aproximar demasiado das pessoas elas acabarão por magoá-lo ou abandoná-lo?
3. Espera o pior das pessoas e da vida em geral?
4. Sente dificuldades em perceber quem é, o que sente ou o que quer?
5. Tem medo de que se as pessoas o conhecerem realmente não vão gostar de si?
6. Sente-se ansioso quando obtém um sucesso e ao mesmo tempo assustado com a ideia de que alguém vai descobrir que é uma fraude?
7. Fica triste ou irritado sem razão aparente?
8. É perfeccionista?
9. É difícil para si relaxar e apreciar o momento?
10. Apesar das suas melhores intenções, dá por sí, por vezes, a comportar-se exactamente como o seu pai/mãe?
Na sua relação com os seus pais em adulto:
1. Sente que os seus pais ainda o tratam como uma criança?
2. As maiores decisões da sua vida continuam a basear-se na aprovação dos seus pais?
3. Experiencia reacções emocionais e físicas intensas antes ou depois de passar tempo com os seus pais?
4. Sente medo em discordar dos seus pais?
5. Os seus pais manipulam-no com culpa ou ameaças?
6. Os seus pais manipulam-no com dinheiro?
7. Sente-se responsável pelo que os seus pais sentem ou pelo que os faz sentir? Acredita que a culpa é sua? A sua função é tornar as coisas mais fáceis para eles?
8. Acredita que, independentemente do que fizer, nunca será suficiente bom para os seus pais?
9. Acredita que algum dia, de alguma forma, os seus pais irão mudar para melhor e depois será mais fácil? Algum dias as coisas irão mudar por si?
Como libertar-se de pais tóxicos?
Se é filho de pais tóxicos, existem muitas coisas que pode fazer para se libertar de distorcido um legado de culpa e dúvida auto dirigida. Abandone a ilusão de que os seus pais irão mudar como que por magia e abrace a esperança realista de que se pode libertar emocionalmente do poder destrutivo que eles exercem sobre si.
Independentemente de manter uma relação conflituosa com os seus pais, de manter uma relação civilizada mas superficial, de não os ver há muito tempo, ou de ambos terem já falecido, por mais estranho que possa parecer, continua a ser controlado por eles.
Os acessos de raiva dirigidos para estas relações esgotam as energias que deveria estar a canalizar para outras partes da sua vida. E mesmo depois de mortos, muitas vezes as suas influencias se perpetuam em exigências, expectativas e culpa.
Actualmente, e depois de descobrir que pode ser ou ter sido vítima de pais tóxicos, emerge o conflito da culpa: “Então mas não sou eu o único responsável pelos meus problemas e pelas minhas dificuldades actuais?”
Claro que sim! Actualmente é responsável pela sua vida adulta, mas essa vida foi em grande parte construída com base nas experiencias de infância sobre as quais não tinha qualquer tipo de controlo.
Não é responsável pelo que lhe aconteceu na infância, enquanto uma criança indefesa!
Actualmente é responsável por tomar medidas construtivas para fazer algo em relação a isso!
(Traduzido e adaptado de: Forward, S. (2002). Toxic Parents. New York: Bantam Books.)